quinta-feira, 31 de julho de 2014

A Bateria - História, peças e baquetas

A BATERIA
    
    É um instrumento de percussão, constituídos por várias peças (tambores e pratos) de timbres e tamanhos diferentes, tocados por uma só pessoa.
    A palavra "bateria" refere-se a um conjunto de instrumentos de percussão de uma orquestra (ou de uma escola de samba, por exemplo) tocados por várias pessoas. Com base nisso, foi atribuído o mesmo nome ao conjunto de instrumento tocado por uma só pessoa, a BATERIA.

HISTÓRIA
    Inspirada nos tambores africanos, a bateria surgiu com a invenção do pedal de bumbo e do tripé de sustentação da caixa, pois com isso tornou-se possível agrupar várias peças em um único instrumento. Isso foi nos Estados Unidos, em meados de 1900. Naquela época, usava-se bumbo, caixa, ton-ton e prato. O chimbal só foi introduzido a bateria por volta de 1930.
    Naquela época, a bateria tinha pouca posição de destaque, o máximo que podia fazer era marcar o tempo! Essa concepção só foi mudada, graças a um baterista chamado Gene Krupa, que inovou a forma de se tocar bateria.

PEÇAS DA BATERIA
    A bateria é um instrumento modular, podendo conter vários tambores e pratos, além de outros acessórios (agogô, carrilhão, etc). Recomenda-se ao iniciante, uma bateria somente com as peças básicas. Abaixo temos uma figura de uma bateria, com o respectivo nome de cada peça.



 A bateria é basicamente composta por pratos (ataque, chimbal e condução) e por tambores (caixa, ton 1, ton 2, surdo e bumbo).
    Existem ainda outros tipos de pratos e tambores, mas geralmente se tratam de acessórios.


AS BAQUETAS

   
São aqueles dois "pauzinhos" que utilizamos para tocar bateria. Elas são as principais ferramentas do baterista. Quando tocamos, as baquetas são como se fosse nossas próprias mãos, ou seja, ela será uma continuação dos braços.
    Existem vários tipos de baquetas, variando em seu tamanho, peso, espessura. Cada tipo geralmente é indicado a um determinado estilo musical. Mas os tipos de baquetas também podem ser escolhidos, levando em conta o gosto pessoal.
        
    Os dois tipos de baquetas mais utilizados são os modelos 5A e 5B.
    As baquetas modelo 5A são as mais utilizadas, não são nem pesadas nem leves. São muitos indicados para iniciantes, e a estilos musicais não muito pesado (pop, rock, country, samba, reggae, etc).
    Já o modelo 5B é um pouco mais pesado. São indicados para práticas de exercícios técnicos e a estilos de música um pouco mais pesada (hard-rock, heavy-metal, etc).
    As baquetas podem ter pontas de nylon ou ponta de madeira. As baquetas com ponta de nylon tem um som mais brilhante, agudo". Já a baquetas com ponto de madeira tem um som mais "macio, aveludado", principalmente quando tocamos nos pratos. A escolha é uma questão de gosto, leva-se em conta também, o fato das baquetas com ponta de nylon durarem mais, além de conservar o instrumento.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Contra-Baixo

Conhecendo seu instrumento




Há vários tipos de contra-baixo: Acústicos, elétricos, de 4, 5, 6, 7 ou 8 cordas e ainda com características únicas como é o caso do fretless (sem trastes). O baixo elétrico de 4 cordas é sem dúvida o mais acessível e que a grande maioria de vocês, que estão lendo essa coluna agora, tem. Nesse texto nós vamos compreender a parte física do baixo. Conhecer seu instrumento é muito importante, ainda mais se daqui em diante ele virar seu companheiro de várias horas diárias! Os componentes que irei citar e explicar agora são dos baixos elétricos:

O nosso baixo é basicamente constituído pelo Corpo, braço e mão.

-Corpo: É no corpo do baixo que ficam localizados os "BOTÕES" (que ajustam o volume ou o controle de graves/agudos) os "CAPTADORES" (são ímãs responsáveis de capturar o som das vibrações das cordas e enviá-las para seu amplificador) e a "PONTE" (local onde se fixam as extremidades das cordas). É dentro do corpo do baixo que se encontra toda a parte elétrica do instrumento. O corpo é o principal responsável pelo peso do baixo. Geralmente instrumentos de fabricação antiga possuem um peso muito grande gerando desconforto na hora de tocar.

-Mão: Onde se prendem as outras extremidades das cordas. É na mão que se encontram as "TARRACHAS" para a afinação do instrumento.

-Braço: O que liga o corpo à mão. Deve ser feito com uma madeira de alta qualidade, pois qualquer desvio (empeno) gera problemas no som. É no braço que se encontram as "CASAS" (que devem ser digitadas com a mão esquerda - no caso de pessoas destras). Cada casa representa uma nota musical (veremos isso mais adiante). As casas são separadas pelos "TRASTES" (pequenas faixa de metal). Existem baixos com apenas 19 casas, outros com até 24. Essa diferença de números de casas interfere no comprimento do braço. Baixos de 4 cordas geralmente possuem braços não muito largos, o que não interfere muito na digitação das casas, mas baixo de 5 ou 6 cordas apresentam braços largos o que necessita muito mais técnica para serem tocados.

Quanto aos tipos de cordas existem: RoundWound (é o tipo mais comum, com aqueles anéis as deixando ásperas), as FlatWounds (são lisas e são recomendadas para baixos do tipo fretless) e as HalfWounds (que são lisas por baixo e ásperas por cima - Isso para não danificar o braço do baixo - esse tipo não é muito comum).

Quanto a espessura: tem cordas de 0.35mm (recomendadas para baixistas de pegada leve, geralmente esse tipo de corda ou ainda mais finas com apenas 0.32mm são para baixos de 6 cordas), tem cordas de 0.40mm (que são recomendadas para baixistas que tenham um pegada média e são versáteis variando em todos os estilos) e também cordas de 0.45mm (cordas grossas e resistentes recomendadas para baixistas de pegada pesada que usam palheta ou slaps).

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Algumas dicas para uma boa voz

• Procure cantar sempre em pé, com postura ereta. Evite roupas apertadas.

• Postura ereta, neste caso, não significa rigidez, mas sim, prontidão. Prontidão à respostas imediatas do organismo, exigidas para uma boa vocalização.

• Relaxe a musculatura do corpo, principalmente a do tronco. • Através de exercícios técnicos, um aquecimento vocal é sempre fundamental antes de cada apresentação.

• Após a apresentação, faça repouso vocal. 



• No canto, a hidratação da mucosa é de fundamental importância. Procure tomar pelo menos dois litros de água por dia.

• Procure ter ciência do que vai cantar. Isso evitará frustrações por medo, timidez, ansiedade, etc.. No caso de uma melodia nova, procure estudar o texto em "off ", (sem acompanhamento), isso lhe trará maior segurança posterior.

• Com o microfone, é muito importante ouvir sua própria voz, one. Se sentir que o acompanhamento está lhe incomodando, não hesite em pedir para aumentar o volume, ou pedir para abaixar a "cozinha", (acompanhamento).

• Aprenda a reconhecer sua voz, novos timbres, tessituras ( tons graves, médios e agudos), partes ressonantes da máscara facial. É importante você monitorar sua voz, constantemente.

• Procure não comer em excesso momentos antes das aulas, e beba água sem gelo durante o aprendizado.

• Atenção às comidas super-condimentadas e gordurosas. Não fazem bem para a mucosa e prejudicam o sistema respiratório.

• É relevante o hábito de exercícios de relaxamento, procurando evitar uma apresentação sob tensão e esforço.

• Não é bem vista a auto-medicação via nasal. Procure antes um especialista.

• Abomine o uso de bebidas alcoólicas, drogas e fumo, dando ênfase especial à maconha, cuja aspiração provoca super-aquecimento no complexo vocal, tornando a voz mais grave.

• Não exagere na ingestão de bebidas quentes em excesso, (chá, café, chocolate, etc..).

• Cuidado com mudanças bruscas de temperatura, seja por ingestão de líquidos ou fatores climáticos. Fuja do contato próximo a ares-condicionados e ventiladores. Se não for possível, aumente a ingestão de água à temperatura ambiente.

• Nada de esforços vocais desnecessários, como gritar e falar alto. Evite falar demais ao telefone.

• Ao falar, não force sua tessitura vocal (tons agudos ou graves). Fale no seu tom normal de voz. Por falar nisso, exija de seu professor para acompanhar no seu tom de voz mais adequado. Ele que se vire se cair em bemóis ou sustenidos, (teclas pretas).

• Mantenha a concentração durante as aulas. Lembre-se de que sua voz é um instrumento que toca através do seu metabolismo, do seu espírito, da sua alma. 



• Esqueça os problemas extra-aula. Certifique-se de que você necessita de total relaxamento e concentração durante esse período.

• Procure, pelo menos uma vez ao ano, visitar um otorrino para uma avaliação médica.

• Alimentos pesados antes de dormir irritam as pregas vocais. • Dormir bem é de fundamental importância.

• Não cante estressado.

• É extremamente prejudicial cantar exaustivamente em ambientes de muito barulho, ou sem tratamento acústico adequado.

• Evite cantar se não estiver bem de saúde.

• Até hoje, não ficou cientificamente provado o uso de sprays, gengibre, conhaque, pastilhas, alho na manteiga, cebola crua, limão com mel, rapadura do Egito, e outras misturas milagrosas, como prevenção aos distúrbios vocais. Respeito a opinião de colegas, mas na minha ótica, é tudo uma questão de auto-sugestão, ou seja, se você por na cabeça que essas poções lhe farão bem, vá em frente, mas deixe seu clínico geral de sobreaviso.

• Adquira seu próprio microfone. Uma questão de higiene e identificação.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Katy Perry - Dark Horse (Cantado em 20 Estilos) Ten Second Songs


Meu nome é Anthony Vincent e eu sou a voz de dez segundos canções, canções personalizadas feitas em qualquer estilo. WWW.TENSECONDSONGS.COM. Certifique-se de que gostar e se inscrever em meu canal para ver / ouvir um pouco de música mais incrível de mim!
Aqui está o "Dark Horse", em 20 estilos diferentes.


quarta-feira, 16 de julho de 2014

Dica de Bateria - Potencializando o Aro da Caixa.


Dica de bateria do nosso professor de bateria Nando Medeiros.
Como potencializar o som do aro da sua caixa! 
Dicas assim são fundamentais pra quem quer tocar pra valer, e ter um bom professor faz todo diferencial!
Aulas com o Nando aqui no Instituto musical Danilo Menezes. Contato pelos números 3064-1130 ou 9122-0507



segunda-feira, 14 de julho de 2014

Bruno Sutter tira sarro de goleada com música do Iron Maiden


Após a goleada histórica da Alemanha em cima do Brasil, na última terça-feira (8), surgiram as mais variadas piadas na internet sobre o fracasso da seleção brasileira no campeonato.

Agora, foi a vez do cantor e humorista Bruno Sutter, o Detonator, entrar na brincadeira e tirar sarro da eliminação do Brasil do mundial.

Sempre bem humorado, Sutter fez uma versão de “Seventh Son Of Seventh Son”, do Iron Maiden, intitulada “Seventh Goal Of Seventh Goal”, para “homenagear” os sete gols da seleção alemã.

Dê o play e confira o resultado:


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Justin Bieber é condenado a trabalho comunitário, condicional e multa


O cantor Justin Bieber foi considerado culpado pela acusação de cometer vandalismo contra a casa de um vizinho na cidade de Calabasas, na Califórnia. O episódio que trouxe mais um prejuízo para Bieber aconteceu em janeiro deste ano. Câmeras de segurança mostraram o cantor comemorando com amigos e jogando ovos na casa do vizinho.

Nesta quinta-feira (10), a justiça norte-americana sentenciou o pop star a dois anos de liberdade condicional e prestação de serviços à comunidade. Como parte de sua pena, o astro terá que apagar grafites e recolher lixo das ruas. O artista também teve que se comprometer a frequentar sessões de terapia, para controlar a raiva, além de pagar mais de US$ 80 mil ao vizinho pelos danos resultantes do vandalismo.

Representado por seu advogado, não contestou acusação.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Oficina G3: Alexandre Aposan deixa o grupo


A banda OFICINA G3 anunciou em sua página oficial no Facebook a saída do baterista Alexandre Aposan, que passou a trabalhar com o grupo desde 2007 como músico convidado, e em 2011 tornou-se membro.

Anteriormente a Alexandre Aposan, a OFICINA G3 trabalhou com o músico Lufe (2002-2007), que substituiu o membro fundador Walter Lopes (1987-2002).

Segundo a banda, Alexandre saiu para dedicar-se mais à projetos pessoais e que "sempre bem-vindo entre nós do Oficina G3".

Abaixo, o comunicado na íntegra:

"É com profundo pesar que anunciamos a saída do nosso batera Alexandre Aposan.
Ele tomou essa decisão entendendo que esse é um direcionamento de Deus, para assim se dedicar mais aos seus trabalhos pessoais.
Estamos tristes, porém entendemos que a soberania de Deus está sobre nossas vidas e ministério.
Gostaríamos de dizer que como irmãos, nós o abençoamos e desejamos que ele continue a ser uma bênção por onde quer que passe, como sempre foi conosco.
O Aposan é e continuará sendo um irmão querido, amado e sempre bem-vindo entre nós do Oficina G3."

Alexandre Aposan comentou em sua página oficial: "[...] eu sempre participei de vários outros projetos dentro da música [...] onde trabalhei sério, dentro dos meus princípios éticos e morais e me orgulho até hoje e estou certo que orgulharei sempre pois pude sustentar minha família tocando meus tambores. Porém a ideia de um vínculo com qualquer gravadora, acarretariam muitas mudanças impeditivas em meu Ministério."


Fonte: Oficina G3: Alexandre Aposan deixa o grupo http://whiplash.net/materias/news_813/206461-oficinag3.html#ixzz36zZ7BOM2

terça-feira, 8 de julho de 2014

Todos devem aprender teoria musical?


Eu acredito que nem todo mundo deseja se tornar um grande músico em seu instrumento de preferência. Alguns tocam apenas para acompanhar sua voz, ou apenas querem tocar músicas de outras pessoas para se divertir como um hobby. No entanto, o conhecimento é poder e se você tiver tomado seu tempo para buscar e ler este artigo com a pergunta “devo aprender teoria musical?”, então eu acho que você sabe a resposta.

Introdução à teoria musical
Eu vou explicar isso usando como referência a linguagem falada, usando-a como analogia. Música em si pode ser considerada uma linguagem universal e eu tenho certeza que a maioria concorda com isso. Por esta razão, podemos comparar a abordagem de aprender música apenas de ouvido com aprender uma língua falada apenas ouvindo. Isto significa nenhuma palavra escrita, nenhuma compreensão da gramática, sem capacidade de conscientemente transmitir qualquer mensagem, sem capacidade de participar de uma conversa e assim por diante. Deste modo, a única maneira de se comunicar seria através da replicação do que ouvimos, sem entender o que é que estamos dizendo e muito menos em que contexto estamos falando. Parecido com um papagaio? Esperemos que através desta analogia você possa imaginar porque a teoria musical é importante, mas, vamos entrar um pouco mais em detalhes nessa discussão.

O que é uma teoria?

Uma teoria é uma maneira de entender ou explicar alguma coisa. Por sua própria natureza uma teoria nada tem a ver com a forma como a informação é utilizada na prática. A teoria da música fornece uma maneira universal para os músicos de entender os elementos vitais da música. Também pode incluir qualquer declaração, concepção ou crença sobre a música. Sem entrar muito em detalhes sobre qualquer aspecto específico da teoria da música (que daria um livro inteiro!), vamos tomar um acorde como exemplo. O acorde será C Maior. Se eu não tenho nenhuma compreensão do que constitui um acorde C Maior, como posso explicar, mesmo da maneira mais básica possível, sobre este acorde, para outra pessoa? Eu poderia ser capaz de mostrar a um guitarrista ou um pianista onde colocar os dedos, mas eu posso explicar a ele o que realmente é um acorde C maior? Você pode? Você pode tocar um acorde C Maior em seu instrumento em mais de uma posição? E se fosse para tocar em qualquer posição no instrumento?

Agora, digamos que eu quero tocar um acorde C Maior e tem um outro músico junto que irá criar uma melodia em cima dele. Se o músico tiver conhecimento de teoria musical, ele vai saber quais notas, escalas, arpejos etc. irão se encaixar neste acorde. Nessas horas os “anti-teoria” irão dizer “viu, isso não tem nada a ver com ouvir e usar seus ouvidos, é apenas um exercício mecânico”. Bem, é e não é. Ser capaz de associar nomes a esses sons, permite que o nosso ouvido ouça essas notas “certas” e imediatamente coloque um nome nelas, permitindo ao músico compreendê-las em um nível mais profundo. Se um músico decide, por exemplo, apenas percorrer essas notas pra cima e pra baixo, sem ouvir a idéia por trás da teoria, então sim, vai soar bem mecânico. No entanto, isso não tem nada a ver com a informação, é apenas a informação crua.

Se um músico ouve com atenção, ele pode manipular todas as notas “erradas” e as notas “certas”, criando “tensão” e “alívio”, pois seu ouvido sabe onde essas notas “certas” estão. Eu comparo esta abordagem a correr riscos na hora em que você toca. Já a abordagem de ouvido, vejo como imprudência. Agora, é claro que se você trabalhar duro o suficiente, você pode se tornar um grande músico, apenas “tirando de ouvido”. Mas eu garanto que você irá demorar mais tempo e você nunca estará confortável em situações musicais diferentes e inesperadas.

Vamos retornar à analogia da linguagem falada. Se eu sei que uma cadeira é para sentar-se, isso significa que só posso me sentar se eu tiver uma cadeira? Ou se eu sei que é uma cadeira é para sentar-se, isso significa que ficar de pé em cima de uma cadeira é impossível? Se eu explicar para alguém para que servem as cadeiras, essa pessoa vai assumir que é impossível desafiar a “teoria das cadeiras”? Embora este seja um exemplo bobo, estes mesmos conceitos são verdadeiros na música. Só porque uma teoria afirma que um determinado grupo de notas vai funcionar ao longo de um determinado acorde, não significa que você não pode contestar isso. No entanto, apenas a compreensão da teoria permite que você possa fazer tais desafios. Se não há nenhuma teoria, o que você está desafiando? Está perdido?

Considerações finais

A teoria musical é simplesmente uma forma de explicar os sons de modo que eles podem ser comunicados de forma universal. Nada mais, nada menos. Ela permite que você ouça um som e logo o entenda, o que permite que você possa recriá-lo. Alguns dos melhores músicos que já viveram eram verdadeiras enciclopédias ambulantes de teoria musical. No entanto, é de extrema importância que você aplique o que aprende! Você não vai fixar a teoria musical se não colocá-la em prática. Não tem certeza como fazer isso? Procure um professor.

Para ser o melhor que você pode ser, é ingênuo pensar que o vasto oceano de música escrita e de teoria que está disponível para todos não é nada mais do que um monte de exercícios mecânicos. Depois de ler isso, eu espero que você tenha muitas outras perguntas sobre teoria musical. Leia um livro de teoria ou encontre um bom professor e comece a aprender. É onde todas as respostas estão.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

A música molda o cérebro




Crianças que aprendem a tocar um instrumento ampliam funções cognitivas

Uma das características típicas dos seres humanos — dentre aquelas que nos diferenciam dos demais animais — é a nossa capacidade praticamente única na natureza de criar, tocar e apreciar música. Dos esquimós, no Ártico, passando por habitantes dos desertos africanos, até tribos indígenas no meio da floresta Amazônica, homens são capazes de compor, tocar, cantar e dançar (bem, quase todos, pelo menos). Mas, como costuma dizer o neurocientista Oliver Sacks (autor de “Alucinações musicais”), a música não é apenas uma forma pela qual nos conectamos e criamos laços. Ela, literalmente, molda os nossos cérebros. Um novo estudo divulgado ontem não só reforça a máxima de Sacks como constata que a música é também capaz de aprimorar as nossas funções cognitivas.

De acordo com o novo trabalho, crianças que recebem aulas de música regularmente ampliam suas capacidades cerebrais pelo resto de sua vida adulta. A pesquisa publicada na “PLOS One” mostrou que crianças que recebem aulas particulares de música por pelo menos dois anos revelam maior atividade cerebral nas áreas associadas às suas funções executivas — ou seja, os processos cognitivos que permitem aos seres humanos processar e reter informações, resolver problemas e regular comportamentos.

— Como o funcionamento executivo do cérebro é um forte indicador das conquistas acadêmicas que as pessoas podem vir a ter (mais ainda que o tradicional QI), acreditamos que nossas descobertas têm implicações educacionais importantes — afirmou a principal autora do estudo, Nadine Gaab, do Laboratório de Neurociência Cognitiva do Hospital Infantil de Boston (EUA). — Enquanto muitas escolas estão cortando os programas de música e gastando mais tempo e dinheiro em testes preparatórios, nossas descobertas sugerem que o aprendizado musical pode, de fato, ajudar as crianças a alcançarem metas acadêmicas mais ambiciosas.

Atividade cerebral cresce

O novo estudo comparou 15 crianças de 9 a 12 anos que tinham aula de música a um grupo de 12, da mesma idade, sem nenhum treinamento. Além disso, foram estudados dois grupos de adultos, divididos entre músicos e não músicos.

Os pesquisadores observaram diversos fatores demográficos, como educação, status profissional e QI e descobriram que as funções cognitivas (medidas por uma bateria de testes) e a atividade cerebral (registrada por meio de imagens de ressonância magnética funcional) eram melhores tanto em adultos quanto em crianças que tocavam algum instrumento.

— O estudo dos efeitos da música no cérebro já tem mais de dez anos, mas poucos grupos se dedicam a ele — constata o neurocientista Jorge Moll, do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, no Rio de Janeiro. — É difícil saber por que os padrões sonoros são tão engajantes, já que não dependemos da música para sobreviver. Mas há várias evidências de que a música modula fortemente o aprendizado, estimulando a capacidade cognitiva e a relação interpessoal. A percepção de um ritmo influencia o sistema de atenção, induz ao movimento e otimiza o metabolismo e a performance física.

A explicação, segundo Oliver Sacks, um dos maiores especialistas mundiais no tema, está no fato de a música ser uma linguagem tão poderosa quanto a da comunicação verbal: “A atividade musical envolve várias funções do cérebro (emocional, motora e cognitiva), muito mais do que as que usamos para o outro grande feito humano, a linguagem. Por isso, a música é uma forma tão eficaz de nos lembrarmos e de aprender. Não é por acaso que ensinamos às crianças pequenas com rimas e músicas.”

A mesma percepção tem a professora e doutora em Educação Andrea Ramal, autora de diversos livros sobre aprendizado.

— Aulas de música ajudam no aprendizado da criança ao longo da vida por diversas razões. Tanto assim que a música se tornou disciplina obrigatória nas escolas — constatou Andrea. — Além disso, a participação num conjunto musical desenvolve a disciplina na criança, a capacidade de trabalhar em grupo e outras competências que serão necessárias até no mercado de trabalho. Também trabalha habilidades motoras e aumenta a concentração, que é essencial para o aprendizado.

Mais música, menos erros

O novo trabalho vem se somar a um grupo cada vez maior de estudos que revelam a importante relação entre música e cérebro. Uma pesquisa divulgada em novembro do ano passado, por exemplo, revelara que os adultos que tocaram instrumentos quando eram crianças (mas não tocavam há décadas) tinha respostas cerebrais mais ágeis. Outro estudo, de setembro de 2013, mostrou que indivíduos que sabiam tocar um instrumento também eram capazes de detectar erros de forma mais rápida e acurada do que os não músicos.

Um dos mais importantes trabalhos sobre o tema foi publicado também na “PLoS ONE”, em fevereiro de 2008. Nele, cientistas da Johns Hopkins revelaram que, quando músicos de jazz tocam de improviso (uma característica frequente desse tipo de música), seus cérebros “desligam” áreas ligadas à autocensura e à inibição e ativam aquelas que deixam fluir a autoexpressão. Ou seja, ao desligarem a inibição, eles davam espaço à criatividade e acabavam conseguindo tocar uma música inédita.

Por todas essas características, especialistas acreditam que a música possa servir também como mecanismo terapêutico. Como cita o próprio Oliver Sacks, “a música penetra tão profundamente em nosso sistema nervoso que, mesmo em pessoas que sofrem de devastadoras doenças neurológicas, ela é, comumente, a última coisa que perdem.”

— Nossos resultados têm implicações também para crianças e adultos que lutam com problemas nessas funções do cérebro, como hiperatividade ou demência — afirmou Nadine. — Novos estudos determinarão se a música pode ser usada como ferramenta de intervenção terapêutica.

Fonte: http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/a-musica-molda-cerebro-12921667#ixzz355zjxFQX