1- O músico precisa aprender a se “MIXAR” no grupo, aprender a ouvir os outros instrumentos, afinal, é um conjunto musical.
2- Todo músico deve treinar PRÁTICA DE CONJUNTO se quiser amadurecer mais rapidamente.
3- A TEORIA MUSICAL é fundamentalmente necessária, mas entre a teoria e a prática há uma distância que poucos querem percorrer.
4- “Um bom médico não é aquele que receita um remédio sem saber o que está fazendo. Um bom músico não é aquele que TOCA SEM SABER O QUE FAZ”.
5- AUTODIDATA – Há um engano no uso deste termo, pois há muitos analfabetos musicais dizendo-se autodidatas (uma desculpa para a preguiça). Autodidata é aquele que estuda sem um professor, mas estuda.
6- Uns falam antes de tocar algo, outros TOCAM ANTES DE FALAR ALGO. Eis a diferença entre “músicos” e músicos.
7- O músico deve aprender a conduzir uma MÚSICA COMO ELA É e não como ele acha que deve ser. Isto é MATURIDADE.
8- Há músicas em que o METRÔNOMO só serve para o primeiro compasso, porque necessitam de uma INTERPRETAÇÃO FLEXÍVEL.
9- A PULSAÇÃO RÍTMICA, bem como o andamento, são para serem sentidos e não ouvidos. Este princípio é para todos os músicos, mas fundamental para bateristas e percussionistas.
10- Acompanhar um cântico é antes de tudo uma prática de HUMILDADE E SENSIBILIDADE. Nas igrejas, geralmente, os músicos querem mostrar toda a sua técnica em hora errada. O correto é usar poucas notas, não saturar a harmonia, inserir frases nos espaços melódicos apenas, e o baterista conduzir, ou seja, economize informações musicais.
11- Há uma tendência atual de supervalorizar a VELOCIDADE DO MÚSICO, quantas notas ele executa por tempo. Velocidade não é sinônimo de bom músico. O bom músico é aquele que tem a sensibilidade de fazer a coisa certa na hora certa. A velocidade é uma consequência.
12- A TÉCNICA deve ser estudada e sempre aprimorada, mas lembre-se de que é um meio de facilitar a execução da música e não um meio de EXIBICIONISMO.
13- Uma boa maneira de aprimorar a interpretação é APRENDER PRIMEIRO A SE OUVIR, DEPOIS EXECUTAR. Tem gente que canta e toca e não sabe o que está fazendo; acostume então a gravar o que é executado e seja autocrítico, estude, grave e ouça o que estudou; com o tempo você encontrará a forma ideal para a sua execução.
14- Lembre-se: PAUSA também é música, portanto, “não sole na pausa”.
15- A música possui três elementos básicos: HARMONIA, MELODIA E RITMO. Procure distribuir os instrumentos musicais no arranjo conforme estes elementos. Há instrumentos harmônicos e melódicos, há somente melódicos, há rítmicos e instrumentos que fazem os três, mas defina no ensaio ou arranjo, quais serão os devidos “papéis” para cada instrumento.
16- A ESCOLHA DO TOM DE UMA MÚSICA depende do canto; este deve ser dentro da tessitura vocal e confortável para ela. Mesmo que tom escolhido não seja o mais confortável para o instrumentista ele deve executá-lo. Outra observação é que o tom pode influenciar na sonorização da música vocal com acompanhamento. O problema é que muitos confundem. Na música instrumental, a técnica e a expressão são mais exigidas porque as notas devem transmitir algo. Na música onde há o canto, a ênfase é para a mensagem, portanto, não deve ser interferida por outros elementos.
17- VERSATILIDADE – Procure ser o mais possível. Saiba ouvir vários estilos, do erudito ao moderno, ouça com ouvido crítico e analítico. Saiba ouvir. Extraia coisas boas de cada estilo. Outro detalhe é o músico não ficar “preso” somente ao seu instrumento, saiba apreciar a forma de execução como sonoridade e fraseado de outros instrumentos.
Essas dicas não vão torná-los um astro da música, mas também não vão prejudicá-los! Afinal de contas, como dizia o filósofo Sócrates "Só sei que nada sei", ou seja, pelo sim, pelo não, sigam as dicas. A Lília Cabral e Glória Piris agradecem.