sexta-feira, 25 de abril de 2014

Entrevista com o Guitarrista Marcelo Barbosa

Hoje teremos a entrevista com o Grande Guitarrista Marcelo Barbosa (Zero10, Khallice, Almah)


Instituto: Para iniciarmos a quanto tempo você estuda guitarra? Como foi seu principio??

Marcelo Barbosa: Toco guitarra desde os 13 anos, maios ou menos. Claro que nessa época era algo mais descompromissado, não havia muito comprometimento. Mesmo assim eu costumava estudar as músicas que queria saber tocar, em sua maioria de rock nacional, que na época estava bombando. Comecei com amigos próximos que queriam montar uma banda. Em Brasília, nessa época, talvez pelo sucesso feito por diversas bandas brasilienses, tava na moda aprender a tocar algo e ter uma bandinha.

Instituto: Nós temos aqui no instituto um forte publico iniciando o instrumento e também muitos aperfeiçoando a técnica. Relembrando esse seu principio, quais foram suas principais barreiras nesse inicio, e as maiores superações?

Marcelo Barbosa: Acho que a maior barreira na verdade não foi musical, e sim convencer ainda família de que eu seria músico e sabia o que estava fazendo. Sou o primeiro músico de minha família e isso deixou minha mãe muito apreensiva naquela época. Tive que bater de frente e foi bem chato por um tempo. Claro que hoje está tudo bem, pois graças a muito esforço e dedicação deu tudo certo. Quanto à parte musical, eu nunca paro. Sempre tem um novo desafio. Algo que posso melhorar, aprender ou me aperfeiçoar. Sou um eterno aprendiz.

Instituto: Como é hoje ver o resultado de todo este período? Quando percebeu que era um profissional?

Marcelo Barbosa: Me vi como músico profissional muito cedo. Com 17 anos já dava aulas em duas grandes escolas aqui em Brasília e tocava bastante na noite, seja em bares ou acompanhando cantores de diversos estilos. Queria ter a certeza que falta de versatilidade ou domínio do instrumento não seriam causas para um fracasso em meu projeto maior que era o de viver de musica. Isso aconteceu naturalmente pois busquei isso. Não lembro de um momento específico que tenha marcado o momento em que me vi um profissional da música. Mas com certeza, olhar pra trás e ver todo o caminho, o percurso percorrido pra chegar até aqui é muito gratificante. Sempre honrarei a linda história vivida até aqui e tento a cada dia continuar a construí-la no caminho que acredito ser o melhor.

Instituto: Nos conte um pouco sobre sua carreira, quais trabalhos tem realizado??

Marcelo Barbosa: No momento tenho duas carreiras paralelas que se misturam. Sou empresário e possuo três escolas de música. O GTR Instituto de Música começou há 18 anos quando eu na época era um garoto de 20 ou 21... Hoje temos duas unidades em Brasília e uma em Florianópolis que está completando 2 anos. Amo ensinar e dividir a minha experiência enquanto profissional então essa é uma importante parte de minha vida. O Marcelo músico acaba de lançar o quarto álbum com a banda Almah e estamos em plena divulgação deste trabalho. No final de 2013 fizemos uma tour pela europa e tocamos no Rock in Rio e agora estamos viajando pelo Brasil. Além disso toco na banda de Pop/Rock Zero10, de Brasília toca bastante na cidade. Todos os sábados há quase nove anos tocamos no UK Music Hall, um pub muito bacana daquém fora todas as outras festas e shows que fazemos. Paralelamente tenho composto para um álbum solo.

Instituto: Quais equipamentos tem usado??

Marcelo Barbosa: Falar sobre equipamentos é complicado para mim. Sou um aficcionado e tenho muita coisa. Vou falar das marcas que tenho oficialmente uma parceria de endosse. Uso guitarras Suhr, amps Bogner, cordas Elixir, cabos Santo Angelo, pedais NIG, acessórios IBOX. Mas vario muito de equipamento dependendo da situação. tenho pelo menos 3 setups diferentes que ficam sempre montados dependendo do que eu precise em termos de som e praticidade.

Instituto: Como você vê o cenário da guitarra hoje? Qual a dica pra quem está começando?

Marcelo Barbosa: Hoje temos muitos talentos nacionais e internacionais e acesso a eles via redes sociais. É muito bom ver o tanto de gente tocando bem que existe. infelizmente, muitos desses tocam bem parecido com artistas que já existem e é difícil alguém chamar a atenção pela originalidade. Acredito que essa seja a real busca de um artista e ver tanta gente se perder no caminho me frustra um pouco. A dica para quem está começando é simples: procure um bom professor, se dedique ao máximo e busque encontrar a sua própria voz no instrumento.

Instituto: Na questão de equipamentos, o que você considera um bom investimento inicial para o aluno iniciante?

Marcelo Barbosa: Um bom investimento é algo relativo. Tudo depende do seu nível social, de quanto você tem pra gastar. Bons equipamentos não fazem um bom músico mas acho que se inicialmente você possa adquirir uma guitarra minimamente honesta, que afine bem e tenha boa tocabilidade, um amp de estudo que já tenha ao menos um bom drive embutido e um metrônomo, dá pra fazer muita coisa.

Instituto: Como foi tocar ao lado Paulo Schroeber? 

Marcelo Barbosa: Paulo foi um amigo, um grande parceiro e como todos sabem era um guitarrista de mão cheia. Temos estilos de guitarra bem diferentes e acredito que havia uma admiração mútua. É uma pena ele ter falecido tão cedo.

Instituto: Bom estamos chegando ao fim de nossa entrevista, e gostaria que você deixasse uma dica a quem tá iniciando seu curso aqui no IMDM, e qual foi seu maior aprendizado até hoje no mundo da musica!

Marcelo Barbosa: Já disse isso em outras entrevistas o meu maior aprendizado é também o que de melhor posso dizer como dica. Tocar bem o seu instrumento é obrigação de quem se propõe a fazê-lo. No final das contas, saber postar-se, ser profissional, confiável, saber se vender, ter bom relacionamento com as pessoas e outros critérios intangíveis conta do mesmo tanto ou mais. Portanto, tente a cada dia se tornar um músico melhor, mas também tente a cada dia tornar-se uma pessoa melhor.

Instituto: Muito obrigado pela atenção, torcemos para que cada dia mais você tenha esse ótimo reconhecimento que já vem tendo! Você merece! Abraço de toda a equipe do Instituto Musical Danilo Menezes